Bruno Ipaves

Você já teve a oportunidade de contemplar um favo de mel? Aquele impressionante padrão hexagonal meticulosamente construído pelas abelhas? Agora, permita-se imaginar algo ainda mais extraordinário: uma folha com a estrutura semelhante a um favo de mel, porém com uma espessura milhões de vezes menor que um fio de cabelo humano. Essa folha é feita de átomos de carbono e é transparente, flexível e incrivelmente resistente. Estamos falando do grafeno, um material bidimensional (2D) que foi produzido pela primeira vez em 2004 pelos cientistas Andre Geim e Konstantin Novoselov. O grafeno ganhou destaque devido às suas propriedades surpreendentes. Possui uma espessura extremamente fina, com apenas um átomo de espessura, tornando-o incrivelmente leve. Além disso, o grafeno conduz eletricidade de forma superior ao cobre, que é um dos metais mais amplamente utilizados na indústria. Vale ressaltar que o grafeno foi pioneiro nesse conceito de materiais bidimensionais, mas não é o único. Outros materiais com características distintas também foram desenvolvidos e estão sendo objeto de estudo. Aqui, compartilharemos um pouco da fascinante história por trás dos materiais bidimensionais, explorando suas aplicações e destacando algumas pesquisas que estão sendo realizadas no Brasil, como na área de energia e aprendizado de máquina (machine learning).